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sábado, 28 de abril de 2012

Sinopse do projeto

Quinto espetáculo do Teatro Inominável, CONCRETO ARMADO tem dramaturgia e direção de Diogo Liberano e visa dar continuidade à pesquisa que vem se tornando assinatura da jovem companhia: a busca pelo encontro com a cidade do Rio de Janeiro por meio de uma obra artística. Em nosso último trabalho, a tragédia SINFONIA SONHO (2012), um encontro indireto entre cidade e obra foi criado tendo como estímulo principal o massacre de crianças ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira, em abril de 2011, no bairro de Realengo.

Com CONCRETO ARMADO, porém, o encontro entre cidade e obra deseja se manifestar mais diretamente. Um dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX, o concreto armado é um material da construção civil que, por aglutinar em si elementos diversos, adquire força suficiente para sustentação de edifícios e arquibancadas. Como mote inaugural da criação deste espetáculo, escolhemos o contexto da Copa do Mundo de 2014 para nos encontrarmos – ficcionalmente – com nossa cidade.

O título CONCRETO ARMADO, nessa configuração, acaba sugerindo outras acepções menos comuns, afinal, não seria a Copa também uma obra fruto de muitos braços e mãos? Não seria este evento um projeto resultante de um vastíssimo somatório de energias e esforços distintos? Se sim, o que aconteceria então, caso aqueles que ergueram estádios não conseguissem fazer parte da celebração para a qual destinaram seus esforços?

Em cena, uma dramaturgia a ser criada colaborativamente apresenta o encontro acidental de seis cariocas que, durante a Copa do Mundo de 2014, no Rio de Janeiro, se vêem excluídos do evento que ajudaram a construir. Em cena, a nossa maneira de expressar que talvez o que esteja em jogo neste megaevento seja muito mais complexo do que simplesmente a paixão do brasileiro pelo futebol. 

Neste novo trabalho, seguimos tentando não fazer da experiência teatral um espaço de refúgio e omissão de nossas responsabilidades enquanto cidadãos, mas sim, justamente um espaço-tempo privilegiado de aproximação e encontro. Eis aqui a nossa principal busca: utilizar-se da ficção não para se distanciar da nossa realidade, mas justamente para lhe oferecer novas formas de sutura e movimento.

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